Conforme apresenta Aldo Vendramin, em um cenário em que os custos da educação crescem e os desafios sociais se intensificam, o cooperativismo surge como uma alternativa viável e transformadora. Aplicado ao setor educacional, esse modelo permite que pais, professores, alunos e comunidade compartilhem responsabilidades e decisões em torno da gestão escolar. O resultado é uma proposta de ensino mais acessível, democrática e alinhada às necessidades locais.
Mas como esse modelo pode ser implementado e ampliado por escolas e universidades? Leia mais e tire suas dúvidas!
O que é uma cooperativa educacional e como ela funciona?
Uma cooperativa educacional é uma organização criada por um grupo de pessoas — geralmente pais, professores e/ou estudantes — com o objetivo de oferecer ensino acessível, de qualidade e com gestão compartilhada. Ao invés de buscar lucro, essas instituições têm como foco o bem-estar de seus membros e o fortalecimento da comunidade. Todos participam das decisões e contribuem, de forma proporcional, para a manutenção da escola.

Esse modelo de gestão incentiva o engajamento e promove uma relação mais próxima entre educadores e famílias. Os recursos são investidos diretamente na melhoria do ensino, infraestrutura e valorização dos profissionais, o que gera um ciclo virtuoso de crescimento. Além disso, como elucida Aldo Vendramin, a ausência de intermediários permite uma administração mais transparente e alinhada com os valores e prioridades da comunidade escolar.
Quais são os benefícios desse modelo para escolas e universidades?
O cooperativismo educacional oferece inúmeros benefícios, a começar pela redução de custos. Como não há objetivo de lucro, os valores pagos pelos cooperados são revertidos integralmente para a manutenção da qualidade do ensino. Isso possibilita mensalidades mais acessíveis sem abrir mão de boa estrutura, materiais didáticos atualizados e professores qualificados. A gestão democrática também estimula a corresponsabilidade e a inovação.
De acordo com o senhor Aldo Vendramin, outro ponto positivo é o fortalecimento do vínculo entre instituição e comunidade. Quando todos participam ativamente, cria-se um ambiente de confiança, diálogo e cooperação. Isso influencia diretamente na motivação dos alunos, no engajamento dos pais e na estabilidade da equipe pedagógica. Em universidades, o modelo pode ser ainda mais amplo, com estudantes envolvidos na administração e projetos de extensão com impacto social real.
Existem exemplos de sucesso no Brasil?
Sim, e eles têm crescido ano após ano. Um exemplo é a Cooperativa de Ensino de Erechim (CoopeErechim), no Rio Grande do Sul, que foi fundada por professores e se tornou referência em educação de qualidade e gestão participativa. Como indica Aldo Vendramin, outra iniciativa relevante é a Cooperativa Educacional de Curitiba (Cooeducar), que promove ensino inclusivo, com foco em valores humanistas e integração comunitária.
Em nível superior, algumas universidades comunitárias, embora não sejam cooperativas no sentido formal, operam com princípios semelhantes, priorizando o acesso, a transparência e o envolvimento regional. Esses casos demonstram que o modelo é viável e pode ser adaptado a diferentes realidades, desde pequenas comunidades rurais até grandes centros urbanos. O segredo está no comprometimento e na gestão coletiva eficaz.
Por fim, o cooperativismo na educação representa uma alternativa potente e transformadora para construir um ensino mais justo, acessível e conectado com as demandas da sociedade. Para o empresário Aldo Vendramin, ao adotar esse modelo, escolas e universidades podem romper com estruturas tradicionais e criar espaços verdadeiramente participativos e inclusivos. Em um país onde a educação de qualidade ainda é um desafio para muitos, cooperar é um caminho promissor para o futuro.
Autor: Diana Wyor