Conforme frisa o entusiasta Jose Severiano Morel Filho, a ficção científica tem o poder de nos transportar para mundos imaginários, mas, muitas vezes, o que vemos na tela não está tão distante da realidade. Pois, ao longo da história do cinema, diversos filmes desse gênero acertaram ao prever avanços tecnológicos ou eventos futuros que, eventualmente, se tornaram realidade. Interessado em saber alguns deles? Confira, em seguida, três filmes que se destacam por suas previsões do futuro.
Como “Viagem à Lua” previu a corrida espacial?
Lançado em 1902, o filme “Viagem à Lua” (Le Voyage dans la Lune), de Georges Méliès, é considerado um dos primeiros grandes marcos da ficção científica, de acordo com o entendedor Jose Severiano Morel Filho. A obra retrata um grupo de cientistas que viajam à Lua em uma cápsula lançada por um canhão gigante. Apesar de ser uma fantasia para a época, a ideia de explorar o espaço não estava tão longe de se tornar realidade.
A imagem da cápsula pousando na Lua com precisão ressoou muitos anos depois, em 1969, quando o homem realmente pisou na superfície lunar, durante a missão da Apollo 11. Dessa forma, embora “Viagem à Lua” não tenha mostrado a tecnologia exata que seria usada, o filme antecipou a curiosidade humana em conquistar o espaço. O conceito de lançar uma nave para além da Terra e explorar o desconhecido inspirou gerações de cientistas, e até mesmo o formato das missões espaciais tem semelhanças com a visão artística de Méliès.
Como “Metrópolis” imaginou o surgimento dos robôs?
Segundo o conhecedor Jose Severiano Morel Filho, em 1927, Fritz Lang apresentou ao mundo “Metrópolis”, um filme ambientado em uma distopia futurista, onde as classes trabalhadoras são oprimidas por uma elite governante. Uma das principais previsões do filme foi a criação de um robô humanóide, que desempenha um papel central na trama. O robô, chamado Maria, representa uma das primeiras representações de máquinas com aparência humana no cinema.
Hoje, robôs não apenas existem, mas desempenham papéis importantes em diversas indústrias, desde fábricas até assistentes pessoais. Ainda que os robôs atuais não sejam idênticos à versão mostrada em “Metrópolis”, a ideia de criar máquinas que imitam o comportamento humano já faz parte do nosso cotidiano.
O filme também capturou, de maneira impressionante, a preocupação de que a tecnologia, quando mal utilizada, possa ser uma ferramenta de controle social e de desigualdade, um tema que ainda reverbera.
Como “2001: Uma Odisseia no Espaço” previu a inteligência artificial?
“2001: Uma Odisseia no Espaço”, lançado em 1968 e dirigido por Stanley Kubrick, é uma obra-prima da ficção científica que trouxe à tona a questão da inteligência artificial. O filme apresenta HAL 9000, um computador dotado de inteligência avançada, capaz de tomar decisões e, eventualmente, agir contra os interesses humanos, como pontua o comentador Jose Severiano Morel Filho. A previsão de uma máquina com essa capacidade foi surpreendentemente visionária, especialmente porque, hoje, vivemos em uma era onde a inteligência artificial já está integrada em nossas vidas.
Sistemas como o HAL 9000, que possuem a habilidade de processar dados e tomar decisões, podem ser comparados a muitas das tecnologias que usamos diariamente, como assistentes de voz e algoritmos de aprendizado de máquina. Além disso, “2001: Uma Odisseia no Espaço” não apenas previu o avanço tecnológico, mas também levantou questões éticas que ainda discutimos hoje, como a confiança que depositamos em máquinas e os limites do controle humano sobre a tecnologia.
A arte como uma impulsionadora da tecnologia
Em conclusão, os filmes de ficção científica sempre tiveram um impacto profundo em como imaginamos o futuro. Obras como “Viagem à Lua”, “Metrópolis” e “2001: Uma Odisseia no Espaço” provaram ser mais do que simples entretenimento, antecipando de maneira surpreendente os avanços tecnológicos e os dilemas éticos que enfrentamos atualmente.
Eles não apenas previram o futuro, mas também inspiraram inventores, cientistas e a sociedade a continuar explorando e criando. Portanto, esses filmes mostram que a linha entre ficção e realidade pode ser mais tênue do que imaginamos.