O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão em busca de empresas interessadas em uma tecnologia inovadora de descarbonização. Essa nova oferta tecnológica permite a transformação de resíduos de lignina em nanocarbono, um material que pode ser utilizado como precursor na fabricação de grafeno. A lignina é um subproduto gerado na produção de papel e biocombustíveis, e atualmente, a maior parte desse resíduo é descartada ou queimada para a produção de bioenergia.
Estima-se que menos de 2% da lignina global seja aproveitada em processos industriais de alto valor agregado. A nova tecnologia desenvolvida pelo Inmetro e UFRJ visa mudar esse cenário, permitindo que as empresas utilizem a lignina de forma mais eficiente e sustentável. O método consiste em um processo avançado que transforma a lignina em nanocarbono por meio de técnicas como irradiação ultravioleta, carbonização hidrotérmica e esfoliação mecânica.
O resultado desse processo é um material nanoestruturado com propriedades únicas, que amplia as possibilidades de aplicação do grafeno em diversos setores industriais. A concessão da licença para exploração da tecnologia será exclusiva e terá validade de 20 anos, garantindo à empresa selecionada o direito de exploração em território irrestrito. Essa iniciativa representa uma oportunidade significativa para empresas que buscam inovar e se destacar no mercado.
O processo de seleção das empresas interessadas levará em conta a melhor oferta financeira e a capacidade técnica dos proponentes. As propostas poderão ser enviadas entre 14 e 28 de fevereiro de 2025, com o resultado final previsto para 21 de março. As empresas que desejam participar devem submeter suas propostas ao Inmetro, incluindo informações detalhadas sobre a utilização pretendida da tecnologia e as contrapartidas financeiras.
As informações completas e os documentos necessários para a submissão das propostas estão disponíveis no site do Inmetro. Essa iniciativa não apenas promove a inovação, mas também reforça o compromisso do Inmetro e da UFRJ com o desenvolvimento sustentável e a economia circular. A transformação de resíduos em produtos de alto valor agregado é uma estratégia importante para a redução de impactos ambientais e a promoção de práticas industriais mais responsáveis.
Com essa nova tecnologia, Inmetro e UFRJ buscam impulsionar a indústria do grafeno no Brasil, um setor que tem ganhado destaque globalmente devido às suas aplicações em eletrônica, materiais compósitos e energia. A parceria entre instituições de pesquisa e o setor privado é fundamental para o avanço tecnológico e a competitividade da indústria brasileira no cenário internacional.
A busca por soluções inovadoras e sustentáveis é uma tendência crescente em todo o mundo, e a iniciativa do Inmetro e da UFRJ se alinha a essa demanda. Ao incentivar o aproveitamento de resíduos e a produção de materiais de alto valor agregado, o Brasil pode se posicionar como um líder em tecnologia e sustentabilidade, contribuindo para um futuro mais verde e eficiente.